Prato típico da Paraíba tem sabor intenso e harmonizam com vinhos igualmente marcantes. Veja como escolher o rótulo ideal!
O Rubacão é um dos principais pratos da culinária paraibana. Muito popular também no Ceará, o prato é servido nas festas juninas e em outros tipos de comemorações que também são um ótimo motivo para abrir uma garrafa de vinho. Mas como harmonizar os sabores corretamente?
Como é feito o Rubacão: ingredientes e curiosidades
Arroz, feijão fradinho, charque, bacon, calabresa, queijo coalho, manteiga, temperos como cebola, alho, coentro e pimenta e, para finalizar, nata ou creme de leite: o Rubacão é uma mistura de carnes fritas, arroz e feijão cozidos e temperos bem brasileiros com uma surpreendente consistência cremosa.
O nome do prato faz referência a uma ave chamada rubacão, que era a base da receita. Hoje, a caça a esse animal está proibida pelo Ibama e sua carne foi substituída por charque, bacon e linguiça calabresa, mas o nome tradicional do preparo se manteve.
Uma curiosidade na receita do Rubacão é o tipo de feijão. Algumas receitas usam feijão fradinho e outras usam feijão verde. Porém, os dois são praticamente a mesma coisa: o feijão fradinho nada mais é do que o feijão verde que está maduro.
O tipo de carne usada no Rubacão também pode variar. Enquanto certas receitas utilizam charque, outras usam carne de sol. As duas são carnes curadas (salgadas para conservação). A diferença está no preparo e na quantidade de sal: o charque costuma ser mais salgado que a carne de sol, que é feita artesanalmente e não precisa ser dessalgada antes do consumo.
Rubacão ou Baião de Dois?
O Rubacão é bem parecido com o Baião de Dois. Ambos usam carnes salgadas e secas, feijão verde, arroz, queijo coalho, cebola e alho, por exemplo. Porém, existe um detalhe que ajuda a diferenciar as receitas: o Rubacão é finalizado com nata ou creme de leite, o que deixa a receita com uma textura cremosa e, ao mesmo tempo, leve.
Características dos vinhos que harmonizam com Rubacão: o que analisar no rótulo
Todo vinho tem características únicas que os tornam mais adequados para determinados tipos de comida, como mostra o hub de conteúdos O que o Brasil tem de + Delicioso. Quando estamos falando de pratos com textura mais cremosa, é importante escolher vinhos com a textura mais viscosa e de acidez mais acentuada.
O Rubacão também é um prato de sabor muito intenso. Por isso, os vinhos que melhor harmonizam com ele são aqueles que também possuem um gosto bem marcante. Assim, a bebida e a comida se complementam e nenhum sabor fica escondido.
O ideal é apostar em rótulos mais encorpados, que vão complementar a leveza da refeição. Quanto à doçura dos vinhos, é melhor não optar pelos rótulos muito doces para garantir um maior equilíbrio no sabor.
As carnes muito salgadas, como o charque e a carne de sol, não harmonizam bem com vinhos de alto teor alcóolico. Por isso, rótulos com menor nível de álcool são mais indicados para acompanhar o Rubacão.
Por fim, os taninos. Essas substâncias ajudam a cortar a gordura presente na carne. Como o Rubacão leva bacon, linguiça e também pode incluir torresmo, rótulos com uma quantidade média a alta de taninos são os mais recomendados.
Técnicas de harmonização: fique atento ao tempo de cozimento e aos temperos
Na hora de escolher os vinhos para harmonizar com seu prato, você pode levar em conta algumas técnicas mais específicas de cada refeição, como o ponto da carne.
Para o time que gosta de carne mal passada, o ideal é optar por vinhos mais leves. Por outro lado, quem prefere a carne ao ponto ou bem passada pode apostar em vinhos com mais corpo.
Outra dica é prestar atenção no tempo de cocção. Quanto mais tempo cozinhando, maior é a concentração de gordura.
A receita de Rubacão pode ser feita em apenas uma panela. Primeiro, deve-se colocar as carnes refogando e depois adicionar arroz, feijão verde e queijo coalho. Isso significa que a carne fica um bom tempo dentro da panela. Mais um motivo para apostar em vinhos com mais acidez e uma boa quantidade de taninos.
Os vinhos Chardonnay têm naturalmente uma maior cremosidade. Por isso, eles harmonizam perfeitamente com o Rubacão. O vinho português Tapada do Chaves Reserva Branco também é uma boa opção, já que tem uma textura firme e uma acidez mais acentuada.
Vinhos feitos com a uva Carménère também são indicados para acompanhar o Rubacão. São rótulos tintos com acidez e corpo de intensidades média/alta. Essas propriedades aprimoram a experiência gastronômica de pratos de sabor intenso, como símbolo da culinária paraibana.
Mariana Monteiro