Prestes a encerrar o segundo Ciclo no município, o trabalho realizado pelo programa Famílias Fortes do Governo Federal, que é administrado pela Prefeitura de Campina Grande por meio da Secretaria de Assistência Social (Semas), está a todo vapor e com resultados extremamente positivos. O objetivo do programa é garantir o bem-estar das famílias assistidas, a partir do fortalecimento dos vínculos familiares e o desenvolvimento de habilidades sociais. A meta inicial é atender 480 famílias, com jovens entre 10 e 14 anos, até junho de 2023.
Durante viagem recente a Brasília, para tentar viabilizar mais recursos financeiros para a aplicação do programa, as coordenadoras Aline Aguiar e Samara Rodrigues, foram informadas que o Família Fortes faria parte de uma pesquisa viabilizada pelo Governo Federal, coordenada pela Universidade Federal de São Paulo –UNIFESP, com o objetivo de avaliar como se deu o processo de implementação em alguns Estados, entre eles a Paraíba, e como esses encontros estão ocorrendo, bem como qual a logística aplicada.
Esta semana, o pesquisador Luís Eduardo Soares, da Universidade Federal do Ceará – UFC, que também participa da pesquisa, está em Campina Grande para conhecer os trabalhos. Inicialmente, ele esteve no Centro de Referência da Assistência Social – Cras, no bairro do Mutirão, uma das unidades onde o programa está sendo viabilizado nesse segundo ciclo. No local, ouviu os relatos das famílias e o quanto o programa tem feito a diferença na vida delas.
Um dos relatos foi da dona de casa, Josevania Araújo, que tem três filhos de 13, 20 e 23 anos. “Eu aprendi a escutar, a conversar ao invés de ficar estressada e hoje até ensino a minha filha o que estou aprendendo no programa. Na minha opinião, deveria ser estendido a todas as famílias em Campina Grande. Ele chegou na hora certa em minha vida e da minha família”, contou emocionada, a dona de casa.
“O que pude observar, aqui em Campina Grande, é que, de fato, o programa trouxe muitas mudanças positivas no comportamento familiar, sobretudo na questão dos vínculos familiares, imposição de limites e diálogo adequado com os adolescentes dentro de casa, que se estende para os amigos e comunidade. Além de prevenir, principalmente, o uso de álcool e drogas entre os adolescentes”, avaliou o pesquisador.
Quanto à pesquisa, ela está sendo realizada em vários Estados do Brasil, para acompanhar desde o primeiro ao último encontro, da implementação até os resultados. Vamos ouvir os facilitadores, (que são os profissionais que estão à frente dos trabalhos), como os próprios gestores. Posteriormente estaremos analisando os efeitos dos resultados nessas famílias, por meio de encontros estratégicos que ocorrerão de forma trimestral, semestral e anual, finalizando com um relatório, que será apresentado ao governo federal”, explicou Luís Eduardo.
Acompanhando a pesquisa, a articuladora do programa no município, Aline Aguiar, adiantou que, segundo o pesquisador, em alguns municípios apenas cinco famílias por Ciclo estão sendo acompanhadas, enquanto que em Campina Grande a média é de 12 famílias em cada Ciclo.
“A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, cogitou a possibilidade do programa ser ampliado em Campina Grande, já que, inicialmente, foi implantado em apenas quatro Cras, depois passou para seis e hoje já está sendo realizado em dez Unidades no munícipio. Ou seja, em apenas um Ciclo, aumentou em 50% a intervenção nos Cras, concluiu Aline Aguiar.