O Sindicato de Jornalistas de Portugal confirmou que mais de setenta órgãos de comunicação, incluindo a agência de notícias estatal Lusa, tiveram as atividades paralisadas total ou parcialmente nesta quinta-feira (14) devido à greve geral de 24 horas convocada para exigir melhores salários e condições de trabalho.
No total, segundo o órgão, 40 redações pararam totalmente. A rádio Antena 1, da estatal RTP, uma das mais importantes do país veiculou à meia-noite uma mensagem informando os ouvintes sobre a paralisação. A Lusa deixou de publicar notícias e avisou aos clientes de seus serviços:
“Por respeito à greve decidida em congresso pelos jornalistas portugueses e na defesa da dignidade do serviço público prestado pela agência, a Direção de Informação da Lusa decidiu interromper o serviço da agência de notícias”.
Primeira greve de jornalistas em mais de 40 anos
Desde 1982 não havia uma greve geral de jornalistas em Portugal. A paralisação foi aprovada por unanimidade no Congresso dos Jornalistas, em janeiro. Até o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, se manifestou, embora meios estatais estivessem entre os grevistas e algumas das reivindicações digam respeito ao Estado.
Em nota publicada no site da presidência, ele disse não querer “deixar de sublinhar de novo, neste dia, o papel fundamental do jornalismo e de jornalistas livres e independentes na nossa Democracia, órgãos de comunicação fortes, com titulares plenamente conhecidos com toda a transparência, profissionais respeitados e dignificados, pois ‘onde não há comunicação social forte, não há democracia forte’”.