Entidades rurais da Paraíba buscam assessoria particular, mediante situação caótica da Empaer na gestão Azevêdo

Entidades rurais da Paraíba buscam assessoria particular, mediante situação caótica da Empaer na gestão Azevêdo

Deficiência no quadro de extensionistas da Empresa Paraibana de Pesquisa, Extensão Rural e Regularização Fundiária(Empaer) tem levado a população a contratar serviços particulares na tentativa de fortalecer a agricultura familiar nos municípios de Conceição e Diamante, na região do Vale do Piancó, Sertão paraibano. A situação de abandono do governador João Azevêdo (PSB) com o setor rural, já havia sido destacada em recente entrevista do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária da Paraíba (Faepa), Mário Borba, que elencou pontos que para ele, demostra que o governador, abandonou o setor agropecuário no estado, bem como, diversos outros setores, a exemplo, da segurança pública, educação e saúde. “O Governo do Estado está um descaso geral”, disse.

Em entrevista à imprensa do Vale do Pianço, o mobilizador social rural, vice-presidente do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável de Conceição e presidente da Associação dos Moradores da Região da Serra de Diamante, Francisco Limeira Diniz, falou sobre ações no mudo rural desenvolvida na região que só foram possíveis graças ao envolvimento social e à contratação de profissionais especializados para o processo de legalização das associações de agricultores e agricultoras para que pudessem participar de licitações de projetos do Cooperar do Governo da Paraíba.

“A gente também está ajudando as associações de Diamante, de São José de Caiana, de Santana de Mangueira, aquelas que procuraram o nosso apoio pra gente orientar e auxiliar na inserção das suas demandas no Sistema Sigma Cooperar que é um sistema que veio desburocratizar o Projeto Cooperar dando acesso direto das associações ao Projeto Cooperar”, explica.

Chico Limeira explica ainda que a ação permitiu protocolar nesse primeiro semestre do ano mais de 80 projetos junto ao projeto governamental na aquisição de cisternas, passagens molhadas, abastecimento de água completo, ações de apoio a caprinocultura, plantação da palma forrageira, energia solar para irrigação de pequenas áreas, dentre outras ações estruturantes. “O quadro de profissionais extensionistas da Empaer está criticamente defasado e a cada dia a prestação de serviço à comunidade rural está ficando, no mínimo, caótica”, lamenta Diniz. Ele alerta da necessidade de que o órgão faça concurso urgentemente pra inserir jovens profissionais nas questões mais burocráticas e resolutivas para a revitalização da empresa.

PRESIDENTE DA FAEPA – “Hoje um técnico da Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba (EMPAER-PB), recebe mensalmente R$ 150 de vale combustível para passar um mês fazendo suas visitas. Ou seja, você não tem como fazer as visitas. Não há o custeio necessário para o técnico realizar seu trabalho e com isso eles (técnicos) estão deixando um vazio muito grande na área técnica. Então o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar, achou por bem entrar nessa área de assistência técnica, que não era antes o trabalho do Senar, está ajudando mais de duas mil propriedades nessa carência (do Governo do Estado) de assistência aos produtores rurais”, disse Mario Borba.

Noutro trecho da entrevista o presidente da FAEPA, quando questionado como avalia a atual segurança pública para com o homem do campo, na Paraíba, destacou que o clima de quem vive nas zonas rurais é de total insegurança e lembrou recente invasão a sua propriedade localizada no município de Juripiranga. “A Segurança pública é um dos assuntos que também estamos discutindo, pois, a mesma (segurança pública) é um dos piores gargalos para o homem do campo. Eu mesmo fui vítima a 60 dias atrás de um arrombamento na minha casa dentro de minha propriedade rural, onde os bandidos levaram tudo e fizeram reféns dois empregados que tenho lá. Chegaram a tirar um brinco de uma criança de 11 meses. Além disso seis ou oito outras propriedades foram alvos também recentemente de bandidos. Isso assaltos na zona rural, está se tornando algo natural na Paraíba. Lembrem que a uns quinze anos atrás tínhamos um contingente de 13 mil policiais, hoje não passam de 8,5 mil. Uma região como Itabaiana hoje tem seis delegados para tirar sete plantões e atender 11 municípios, ou seja, não há estrutura sequer para atender a cidade de Itabaiana! Hoje os criminosos é quem mandam na cidade! Atualmente a pessoa que mais ganha dinheiro na minha cidade é o dono de oficina de grades, pois não dá conta de tantas grades que tem que colocar nas casas! Por fim é um verdadeiro descaso desse governador com todos os setores”, comentou Mario Borba.

Mário disse por fim que a FAEPA vai elaborar um documento com propostas para a agropecuária, segurança, saúde, educação, dentre outros temas para que os pré-candidatos a governador assinem e se comprometam com estas áreas essenciais para a sociedade.

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