O senador Eduardo Girão (Podemos) se lançou candidato à presidência da CPI da Covid-19. Com isso, vai haver uma disputa pelo cargo — já que um acordo envolvendo seis dos onze membros titulares foi fechado em torno do nome de Omar Aziz (PSD). Em publicação nas redes sociais, o Podemos afirma que a candidatura é “contra o acordão de cartas marcadas para dominar a CPI da Pandemia”. Ele foi o autor do requerimento para que a comissão investigasse governadores e prefeitos — e não só o governo federal.
Ele conseguiu coletar 45 assinaturas e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, autorizou que a CPI também englobasse repasses de verbas federais para estados e municípios. Com isso, Eduardo Girão se colocou na disputa. “Existe uma tradição nessa Casa, né? Muitas CPIs foram feitas, que tiveram o serviço prestado, e o autor do requerimento, ele automaticamente ficava com a presidência. Eu sou um dos autores com o pedido de CPI não apenas no foco federal, mas também com o foco na União.”
O senador negou que a escolha do presidente já esteja definida. Porém a tendência é que seja confirmada a eleição de Omar Aziz na presidência, com Randolfe Rodrigues (Rede) na vice-presidente da CPI e Renan Calheiros (MDB) como relator. Para Eduardo Girão, o risco de uma CPI cujo fundo seja palanque político é grande. “É muito importante que a gente não deixe essa CPI ter uma conotação política, partidária, visando 2022. Isso não é correto com o povo brasileiro, com a dor e sofrimento das pessoas que sofrem as consequências. Precisamos ter uma análise técnica imparcial com relação a isso.”
O presidente vai ser definido na primeira reunião da CPI, que deve acontecer na próxima quinta-feira. Quem tiver a maioria dos votos vence. Membros do colegiado dão como certo que Omar Aziz vai ter o voto de seis senadores: Randolfe Rodrigues (Rede), Humberto Costa (PT), Otto Alencar (PSD), Tasso Jereissati (PSDB), além de Eduardo Braga e Renan Calheiros (MDB). Já Eduardo Girão deve contar com o apoio da ala mais governista da CPI, composta por ele, Ciro Nogueira (PP), Marcos Rogério (DEM) e Jorginho Mello (PL).