O deputado federal Júnior Lourenço (PL-MA), deve ser expulso da legenda após ser o único membro da bancada do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro a votar a favor do arquivamento, no Conselho de Ética da Câmara, da representação formulada contra o deputado André Janones (Avante-MG) por suposta prática de “rachadinha”.
A ação foi protocolada pelo próprio PL, que orientou sua bancada a votar pelo prosseguimento da apuração. Vergonhosamente foram 12 votos a favor e 5 contra o relatório de Guilherme Boulos (PSOL-SP), que defendeu o arquivamento do caso.
“O deputado Júnior Lourenço, que votou pra livrar Janones da cassação, será expulso do PL”, anunciou o também deputado federal do PL Nikolas Ferreira. Ele é o principal antagonista de Janones em Minas Gerais.
Áudio – As suspeitas contra Janones vieram a público após o site Metrópoles revelar áudio de 2019 em que ele, em seu primeiro mandato como deputado, informou a assessores que eles teriam que devolver parte dos salários para ajudar a recompor seu patrimônio dilapidado na fracassada eleição de 2016.
Segundo a Folha de S. Paulo, Boulos deturpou em seu voto uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) e usou como prova afirmação do próprio Janones para sugerir o arquivamento do processo contra o colega.
No seu parecer, o deputado do PSOL afirma que Janones não era parlamentar no dia em que foi gravado, portanto não se pode falar em quebra de decoro parlamentar.
Ao contrário do que disse o relator, contudo, o STF não disse que as suspeitas de rachadinha se referem a 2016, mas sim a 2019, já no exercício do mandato. A íntegra do áudio da reunião em que o deputado do Avate foi gravado também indica que ele já havia tomado posse.
No áudio, ele reclama com assessores que vários colegas já haviam apresentado projetos de lei e ele não —só um deputado pode apresentar projeto— e que estaria também desamparado sobre como proceder na sessão plenária que ocorreria naquela tarde.