O ano de 2024 chega ao fim como um capítulo que dificilmente será esquecido. Catástrofes naturais de proporções devastadoras marcaram os noticiários, enquanto conflitos geopolíticos reacenderam tensões que pareciam adormecidas. Essa turbulência não só expôs a fragilidade das nossas instituições, mas também colocou em xeque nossa capacidade de responder a crises globais de forma coordenada e eficaz. Diante desse cenário, a pergunta que muitos se fazem é: “O que 2025 nos reserva”?
As mudanças no cenário global são inegáveis, visto que, em termos climáticos, a frequência e a intensidade de eventos extremos, como enchentes, incêndios florestais, furacões e ondas de calor extremo apontam para um planeta que reage às ações humanas com ainda mais veemência com o passar do tempo. Apesar dos avanços nas discussões sobre sustentabilidade e energias renováveis, o esforço coletivo ainda é insuficiente. Assim, em 2025, podemos esperar que as pressões sobre governos e corporações se intensifiquem, com movimentos sociais exigindo mais comprometimento na luta contra a crise climática. No entanto, o tempo é implacável e a dúvida persiste: “Será que conseguiremos agir antes que os danos se tornem irreversíveis?”
Já no âmbito geopolítico, o cenário também é desafiador, pois este ano foi marcado por conflitos que reacenderam velhas rivalidades e criaram novas rupturas. Para o próximo ano, a expectativa é de que as nações continuem buscando se reposicionar em um tabuleiro global cada vez mais polarizado. Enquanto as potências tradicionais disputam influência, emergem novas alianças em regiões estratégicas, tais como: Ásia, África e América Latina. A diplomacia, contudo, será colocada à prova em um ambiente de desconfiança e de competição por recursos naturais escassos.
A tecnologia também desempenhará papel central no próximo ano. O avanço de ferramentas como inteligência artificial e computação quântica promete revolucionar indústrias e economias, mas também levanta questões éticas e sociais. Em 2025, será crucial debater como essas inovações podem ser usadas para mitigar desigualdades e construir sociedades mais inclusivas, em vez de aprofundar divisões existentes.
Outro fator de destaque é a saúde global. Tivemos um ano em que vimos o agravamento de surtos de doenças infecciosas, como dengue, malária e cólera. Em 2025, espera-se que esses cenários se tornem mais frequentes e que sistemas de saúde enfrentem mais pressão. A necessidade de integrar políticas de saúde e de sustentabilidade será urgente, destacando a importância de preparar populações vulneráveis e investir em infraestrutura resiliente.
Diante de tantas incertezas, o que 2025 realmente nos oferece é uma oportunidade de reavaliar nossas prioridades e estratégias. A história recente nos mostrou que somos interdependentes e problemas globais exigem soluções coletivas. Cabe, portanto, a cada um de nós — cidadãos, líderes e instituições — trabalhar para moldar um futuro que seja mais justo, sustentável e pacífico.
Se 2024 foi um ano de desafios extremos, que 2025 seja lembrado como o ano em que decidimos enfrentar, de forma conjunta, as crises que ameaçam nosso planeta e nosso futuro. O tempo para agir é agora e o próximo ano pode ser o marco de um novo capítulo, mais esperançoso, em nossa história comum.
Eduardo Batista é Doutorando em Teologia Pastoral pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro). Atualmente, é coordenador dos cursos de História e Sociologia da EAD UniCesumar.