O prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima, participou nesta segunda-feira, 22, no auditório da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (Fiep) de um encontro dos prefeitos paraibanos. Na pauta, os efeitos do piso da Enfermagem nas administrações municipais e a busca de apoio para o pagamento mais que merecido à categoria.
Durante o evento, Bruno Cunha Lima disse que foram criadas regras favoráveis à classe trabalhadora, mas lamentavelmente, ao mesmo tempo, não houve a transferência de recursos suficientes para a implantação do pagamento por parte dos municípios. De acordo com a própria Federação dos Municípios da Paraíba (Famup), o valor a ser repassado para os municípios brasileiros representa apenas 1/3 da verba necessária para o pagamento do piso aos profissionais de saúde.
Segundo o prefeito campinense, os municípios são detentores de apenas 5% do bolo de arrecadação do país, mas não são criadas, em contrapartida, as devidas condições econômicas toda vez que este tipo de regra é estabelecida, levando a um quadro de imensas dificuldades para as prefeituras, que não têm como arcar com os custos das medidas, ações e projetos deste nível de comprometimento financeiro.
Bruno citou o caso de Campina Grande, que tem uma importância regional muito grande na área da Saúde, pois não atende só aos pacientes do Município, mas recebe pessoas da Paraíba inteira, inclusive de outros estados, existindo uma responsabilidade maior para o governo local, havendo, contudo, a inevitável carência de recursos para a gestão efetivar o pagamento do piso.
Conforme relatou, numa cidade como Campina Grande, vai ser gerado um impacto anual em torno de R$ 15 milhões. “Diante disso, o que nos preocupa é o governo federal decidir criar uma regra, mas não transferir os recursos necessários para cobrir o custo dela”, reforçou.
Por fim, Bruno Cunha Lima ressaltou que ninguém é contra o pagamento do piso aos enfermeiros, mas tomou conhecimento de que alguns pequenos municípios vão receber entre R$ 300 à R$ 500 reais mensais para arcar com esta responsabilidade, daí ser fundamental se levantar o questionamento: “Como podemos pensar que esse município pode arcar com o piso?”.