Durante a pandemia de covid-19, a procura por tratamentos de reprodução assistida para casais que desejam ter filhos e enfrentam dificuldades aumentou em até 50%, segundo profissionais da área. Entre os principais motivos estão o medo de não poder engravidar em virtude da incerteza do fim da pandemia e a precaução sobre o melhor momento de gerar o bebê, optando-se pelo congelamento de óvulos e embriões. No entanto, a médica pernambucana especialista em reprodução humana Eveline Catão (CRM-PE: 16.313/RQE 9935) (foto) faz um alerta sobre os cuidados em relação a esse aumento de casos.
Segundo a especialista, é compreensível que a quantidade de mortes e a sensação de “fim do mundo” trazidas pela pandemia tenham impactado no comportamento de casais que desejam ter filhos. Mas, é preciso entender que cada caso requer um tratamento específico e a melhor forma de se tranquilizar tem a ver com o diagnóstico precoce. “É através de uma avaliação inicial que conversamos com os casais e apresentamos o melhor encaminhamento para cada situação. Nosso principal papel é acalmá-los e iniciar o tratamento com a certeza do melhor momento para a reprodução”, explicou a médica.
Um dos casos de gestação resultantes do tratamento de reprodução, ocorridos durante a pandemia, foi o de Juliana e Ernane Teodosio, casados há 10 anos e moradores do Recife. O casal teve o filho, Otto, depois de quatro anos de tentativas. Em 2020, conseguiram engravidar. “Em 2017, tive uma gravidez ectópica e perdi uma trompa, depois disso vivi um processo intenso de luto. No ano passado, resolvi iniciar um tratamento e deu certo, em pleno período de pandemia”, lembra. Atualmente, Otto tem quatro meses e é completamente saudável.
Casos mais frequentes
A maioria dos casais que procuram tratamentos de reprodução humana enfrentam problemas de Síndrome dos Ovários Policísticos ( SOP) e Endometriose. Mas, há casos também de miomas, vasectomia, laqueadura tubária, doenças genéticas, entre outros.
As principais dúvidas de quem procura o tratamento são em relação ao diagnóstico, aos riscos, à probabilidade de o mesmo ser bem-sucedido e até ao estilo de vida, já que muitos perguntam se isso pode ajudar a aumentar as chances de gravidez.
Reprodução humana no mundo
De acordo com a Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia (Eshre), mais de oito milhões de crianças vieram ao mundo mediante procedimentos de reprodução assistida, desde o nascimento do primeiro bebê de proveta, a inglesa Louise Brown. Atualmente, há cerca de meio milhão de nascimentos, por ano, com técnicas de fertilização in vitro, inseminação artificial e transferência intratubárica de gametas ou zigotos.