Dados do Sistema Conselhos Federal e Regionais de Medicina Veterinária (CFMV/CRMVs) mostram que há 168 mil médicos-veterinários e zootecnistas atuantes. Desse total, 90 mil são mulheres. Elas correspondem a 54% dos profissionais. Na Paraíba, as mulheres veterinárias chegam a 699 (44,4%) e as zootecnistas a 44 (25,6%).
Nesta quarta-feira (8), Dia Internacional da Mulher, o Conselho Regional de Medicina Veterinária da Paraíba (CRMV-PB) destaca o trabalho das profissionais para o crescimento dos mais diversos segmentos de atuação das profissões, especialmente do agronegócio e do mercado pet, tão importantes para a economia brasileira.
Para o presidente do CRMV-PB, José Cecílio, o número de mulheres na Paraíba ainda é menor que o dos homens, mas que essa realidade pode mudar nos próximos anos. “Temos uma nova realidade acontecendo em todo o Brasil. Essa mudança de paradigma pode ser atribuída à forte representação feminina nas universidades, onde é perceptível a crescente quantidade de mulheres que desejam seguir carreira na Medicina Veterinária. No nosso estado, temos a grata satisfação de termos excelentes profissionais que honram toda a nossa categoria”, destacou.
De acordo com o Sistema de Cadastro do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), as mulheres já são maioria em cinco estados brasileiros. A predominância feminina pode ser observada no Amazonas, com 52% das profissionais mulheres, no Distrito Federal (57%), no Espírito Santo (50,1%), em São Paulo (59%) e no Rio de Janeiro, onde a proporção de mulheres é mais notável – em território fluminense, 60% dos 10 mil médicos-veterinários em atuação são mulheres.
Embora não haja dados sobre as áreas de maior atuação das mulheres na Medicina Veterinária, representantes do ensino estimam que a grande maioria ingresse no curso em busca de uma carreira na clínica de pequenos animais. Mas há profissionais do sexo feminino em todas as áreas da Medicina Veterinária.
Trabalhando em uma área majoritariamente masculina, Isabella Barros atua na clínica médica de equídeos desde que se formou em 2009. “Maior dificuldade que temos é o fato de nos subestimarem como mulher! Meu conselho pras meninas é seguir firme não se deixar abater e trabalhar e estudar bastante”, disse a veterinária que é professora de clínica médica de equídeos da UFPB.
Segurança Alimentar – A veterinária Nina Toralles, conselheira do CRMV-PB, já atuou em várias áreas, mas agora trabalha com segurança alimentar, como responsável técnica em um entreposto de ovos, além de prestar consultoria. Esta é uma área de atuação que muitas pessoas desconhecem que seja de competência da medicina veterinária.
Nina relatou que enfrenta dificuldade na sua atuação por as pessoas não entenderem o papel do Médico Veterinário na área de segurança alimentar, acham que seria papel de outros profissionais. “Também passei por momentos de dificuldade por ser mulher e nova. As pessoas dentro das empresas não acreditarem no meu potencial”, contou.
Trabalho – Os dados dos Conselhos mostram ainda que as mulheres da Veterinária e da Zootecnia estão no ápice do vigor da sua força de trabalho: 91% delas estão entre os 20 e os 50 anos. As profissionais mais experientes, entre 31 e 50 anos, ocupam a maior fatia, com 55% do mercado. Já as recém-formadas, com até 30 anos, são 36% da força de trabalho. Isso representa um percentual considerável para a renovação do campo de trabalho.