Com presença garantida nas mesas brasileiras, o leite é fonte de nutriente, movimenta a economia e é produzido em grande escala no território nacional. O Brasil ocupa a terceira posição no ranking mundial, com uma produção anual que ultrapassa os 34 bilhões de litros em 98% dos municípios brasileiros.
No Dia Internacional do Leite (1º de junho), o Conselho Regional de Medicina Veterinária da Paraíba (CRMV-PB), ressalta a relevância do alimento para a segurança alimentar e econômica brasileira e destaca a atuação do médico-veterinário e do zootecnista na cadeia leiteira. Alerta ainda que o leite cru não deve ser consumido, pois pode transmitir doenças (zoonoses).
O médico-veterinário Rodolfo Leite, que atua com grandes animais, enfatiza a importância do trabalho do médico-veterinário na produção e no processamento do leite e seus derivados.
“Atua desde o campo com boas práticas de manejo, garantindo as condições higiênicas e sanitárias para que o leite chegue à mesa do consumidor sem nenhum patogênico”, explicou.
Já o zootecnista atua aumentando a eficiência produtiva do gado de leite, através da melhoria do bem-estar, da genética e do manejo nutricional desses animais.
A presença dos profissionais no setor leiteiro é importante para garantir a saúde do rebanho, a qualidade do leite e assegurar que os produtos cheguem ao consumidor com os devidos selos de inspeção sanitária. Esses selos certificam que os produtos foram produzidos e processados sob condições adequadas para o consumo humano.
“Asseguramos a qualidade do alimento que chega às mesas dos consumidores, prevenindo e investigando através dos selos de inspeções oficiais(SIM, SIE e SIF). Dessa forma garantindo aos consumidores um alimento de qualidade, sem riscos de adquirir doenças zoonóticas”, explica Rodolfo.
Manejo – Essa abordagem preventiva começa na origem da produção, com a implementação de boas práticas de manejo e cuidados com a saúde dos animais, sendo o trabalho do médico-veterinário parte de um esforço conjunto que inclui zootecnistas e outros profissionais especializados que atuam na segurança sanitária do rebanho leiteiro, no controle de qualidade e na aplicação de técnicas avançadas de produção do substrato lácteo.
Pasteurização – O médico-veterinário ainda ressalta que no processamento leiteiro a pasteurização surge como uma medida que busca igualmente garantir a segurança do produto. Ele explica que “a pasteurização garante um alimento mais seguro, pois tem o poder de reduzir patógenos termoresistentes que podem causar danos à saúde pública, como a brucelose e a tuberculose.” Este processo de aquecimento e resfriamento do leite elimina a maioria dos microorganismos patogênicos, tornando o alimento e seus derivados seguros para a ingestão.
O consumo de leite cru, ou não pasteurizado, é desaconselhado devido aos riscos de contágio por doenças zoonóticas. O médico-veterinário acrescenta que o consumo do leite nesse estado é advertido, pois, se o produto estiver contaminado com algum agente infeccioso, ele pode gerar grandes problemas à saúde humana devido à transmissão de zoonoses, doenças compartilhadas entre humanos e animais.
“Patógenos como o da Brucella, que causa a brucelose, o da salmonela, que causa a salmonelose, e o Mycobacterium bovis, que causa a tuberculose, podem gerar danos irreversíveis à saúde humana,” alerta Leite.
Dia Internacional do Leite – Essa data foi criada pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), em 2001, para que a importância do leite fosse reconhecida em todo o mundo como um alimento de alto valor biológico, sendo considerado o mais completo para o homem, principalmente nos primeiros estágios de vida.